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Tags RFID e Bancos de memória

Antes de nos aprofundarmos no assunto, é importante destacar que as informações apresentadas aqui foram baseadas no protocolo EPC GEN 2 definido e mantido pela GS1. As tags RFID, também conhecidas como inlay ou transporder, armazenam dados que serão transmitidos aos leitores durante uma operação simples de leitura ou inventário. Este evento é denominado Interrogação. É quando os leitores “interrogam” as tags que estejam dentro do raio de leitura as antenas, e estas, por sua vez, devolvem os dados nelas contidos de acordo com a solicitação enviada pelo leitor.

Estes dados são armazenados em 4 bancos de memórias, sendo:

  • Memória reservada
  • Memória EPC
  • Memória TID
  • Memória do usuário

Ao iniciar seu projeto e selecionar um tag RFID, para saber quanta memória há no IC de cada tag, você pode verificar a página de especificações na folha de dados da etiqueta ou chip escolhido. Para ajudar no entendimento da função de cada um dos bancos de memória, detalharemos abaixo.

Memória Reservada

Este banco de memória armazena a senha de kill e a senha de acesso (cada uma com 32 bits). A senha kill desativa permanentemente a tag (muito raramente usada) e a senha de acesso é definida para bloquear e desbloquear os recursos de gravação da tag. Este banco de memória só é gravável se você quiser especificar uma determinada senha. A maioria dos usuários não usa essa área de memória, a menos que seus aplicativos contenham dados confidenciais. Não pode armazenar informações além dos dois códigos. É importante citar que, caso uma senha de acesso seja definida e gravada na TAG, os softwares de leitura e gerenciamento dos leitores (middlewares) deverão conhecer essa senha, caso contrário, as tags não serão identificadas ou lidas.

Memória EPC

Este banco de memória armazena o código EPC, ou Código Eletrônico do Produto. Tem um mínimo de 96 bits de memória gravável. A memória EPC é o que normalmente é usado na maioria dos projetos se eles precisarem apenas de 96 bits de memória. Existem algumas tags que possuem a capacidade de alocar mais bits para a memória EPC a partir da memória do usuário. A memória EPC é o seu primeiro banco de memória gravável. Alguns modelos de tags que possuem o banco EPC maior do que o padrão de 96 bits acabam não possuindo o banco de memória de usuário.

Memória TID

Este banco de memória é usado apenas para armazenar o número de ID da tag exclusivo do fabricante do chip. Normalmente, essa parte da memória não pode ser alterada, e é utilizada apenas para leitura.

Memória do usuário

Se o usuário precisar de mais memória do que a seção EPC tem disponível, certos chips possuem memória de usuário estendida que pode armazenar mais informações. Quando se trata de memória do usuário, não há padrão em quantos bits de memória são graváveis em cada tag. Normalmente, a memória estendida não passa de 512 bits, mas existem alguns tags de memória alta com até 4K ou 8K bytes de memória. Este banco de memória também é regravável quando o chip é EPC Gen2.

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Curiosidades

Muito se fala sobre a capacidade de gravação e regravação das tags RFID, sendo que a grande maioria dos chips do mercado permitem até 100.000 gravações, ou seja, é possível gravar e regravar a tag até no máximo 100 mil vezes. Lembrando que, apesar da possibilidade da regravação das tags, é importante se atentar que a maioria delas possuem a identificação impressa em sua superfície e que, normalmente, representam o mesmo dado gravado na tag. Quando ela é regravada, pode-se perder a referência do impresso x memória, gerando transtornos de identificação e aplicação nos projetos em andamento.

Independente do banco de memória, os dados sempre são gravados e lidos em hexa decimal, permitindo que mais informações sejam tratadas nestes pequenos chips inteligentes. Por exemplo, quando falamos de um banco de memória EPC de 96 bits, entendemos que é possível gravar neste banco até no máximo 24 caracteres hexadecimais (de 0 a 9 e de A a F).

É possível, então, gravar o meu nome no banco EPC da TAG? Sim, é possível, veja o exemplo abaixo:

EPC Gravado na TAG (HEX): 005649414F4E444152464944

Após a leitura desta tag, convertendo o dado para texto (ASCII), temos: VIAONDARFID

Este entendimento é de suma importância para a correta utilização das Tags, já que, quando o projeto não utiliza os padrões EPC, os parâmetros utilizados e definidos durante a gravação das tags precisam ser compartilhados com o software de leitura e “tradução”, caso contrário, a informação final será diferente da esperada. No exemplo acima, caso o software de leitura não conheça que o padrão de gravação utilizado foi de ASCII, ele seguiria a tradução padrão, tentando, em primeiro momento, utilizar o padrão TDS (Tag Data Standard) e caso não encontre um padrão “traduzível” e sistema de destino não conheça o padrão utilizado na gravação, ele poderá simplesmente descartar esta tag. Para mais informações sobre o padrão TDS, acesse: https://www.gs1.org/standards/tds

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